quarta-feira, 23 de março de 2011

Não almoçou, perdeu um brinquedo

Paciência tem limite, e hoje a minha chegou no ponto máximo. Sabe o que é ficar todos os dias lutando contra uma criança que não consegue parar para almoçar? Essa é minha filha, de 5 anos.

A criança não concentra-se no almoço, não pára o que está fazendo para almoçar. Sentada na mesa distrai-se com qualquer coisa a sua volta, levanta-se o tempo todo, e após engolir cada colherada é preciso que alguém diga "coma" para que ela pegue outra colherada. E assim vai o almoço inteiro.

Se a gente vai dando comida na boca o prato fica limpo, ou seja, não é falta de apetite, nem de fome e nem de vontade da comida servida. Mas se alguém não ficar colocando na boca é preciso ficar lembrando: "coma"; "coma"; "coma"; "coma"... até a hora de sair da mesa para ir à escola.

Acho que passou do momento de acabar com essa chateação todos os dias, pois hoje na hora de sair para a escola o prato ainda estava, mais um vez, pela metade. Levantei, tomei a boneca que ela estava carregando e joguei no porta malas do carro, e disse que de hoje em diante, cada vez que der o horário da escola e ainda tiver comida no prato, vou tirar um brinquedo dela e levar para uma criança qualquer.

Ora, pensando que a filha tem de tudo, bem mais que o necessário, e que coisas importantes não estão recebendo a devida atenção, resolvi tocar num ponto em que ela realmente vai sentir, tirando-lhe aos poucos  os brinquedos que gosta tanto.

Quem sabe assim ela comece a ponderar que o almoço é tão importante quanto o brinquedo, e que ela pode ter as duas coisas se conseguir separar um momento para cada coisa: hora para brincar e hora para comer.

Pronto, desabafei.

E você, tem tido problemas na educação de seus filhos? Pode contribuir aqui com sugestões sobre como educar de forma pacífica e resolver pequenos problemas do dia a dia.

* A criança da foto não é a minha filha, foto meramente ilustrativa.

9 comentários:

  1. Oi Adriano,

    quem dera eu pudesse tirar algo da bia para ela me obedecer. Mas com dois aninhos completados agora, é complicado.Não sei como disciplinar minha filha, ontem quase chorei.

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  2. Minha filha é uma leide!
    Boa amiga, obediente, estudiosa, mas......
    sempre tem um mais não é mesmo?
    Entrou na pré adolescência e agora só come batata frita e para tudo é um tal de "já vou" que eu vou te falar viu!
    A função da família hoje é administrar, orientando com sabedoria, e deixar bem claro que somos responsáveis por nossos atos, e que tudo tem seu tempo e idade certa.
    E como diz a minha mãe:
    _ Calma que tudo passa!

    Bjs.

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  3. Eita missão complexa essa. Não tenho filhos, mas meus irmãos tem aos montes e acompanho a saga pra tentar educar essa galera que parece que já nasce cheia de querências.

    Acho bacana esse teu jeito, de mostrar pra menina os valores, o que de fato importa.

    Beijos, Adriano.
    Mas não pega uma boneca todo dia, né?
    Tadinha!

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  4. Pois é, meninas... pior que, por enquanto, parece que dói mais em mim do que nela esse castigo, rsrsrs. É triste pegar uma boneca que ela goste tanto de brincar e tirar de casa. Hoje foi a segunda boneca, e como castigo complementar mandei para a escola sem a roupa de ballet, atividade tão esperada por ela toda quinta-feira.

    Mas estou confiante de que em breve ela comece a perceber o prejuízo que está tomando por sua inconsequência e capricho de não preocupar-se um pouco mais com o momento do almoço.

    Por enquanto vou tirando bonecas, é melhor do que ficar estressando e brigando sem parar. Dizem que é de pequeno que se endireita o pepino, não é isso? rsrsrs... vamos ver que fim vai dar esse negócio.

    Abraços!

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  5. Olá! Pois sei precisamente do que está falando. A mesma história repete-se deste lado do atlântico. E a sua ideia...parece-me muito boa! Realmente as pessoas que têm filhos que comem bem, nem sabem o alivio que isso é!

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  6. Adrianooooo... OK quanto às bonecas e aos brinquedos, mas a roupinha do ballet... Estou passada com vc por isso. Como assim, Adriano?! Veja, as bonecas são brinquedos, e ela pode substituí-las por outras, em seu imaginário, ou por outro brinquedo na própria escola, enfim. Mas a roupinha do ballet é algo quase sagrado pra mim quando se trata de uma menina. Principalmente quando a criança gosta do ballet. Se ela chegou à aula de ballet sem a roupinha, não pôde fazer a aula. Como fazer os movimentos etc?! Vc já parou pra pensar que o ballet, a bailarina clássica, é o maior símbolo de graça e feminilidade que existe? Pelo menos na minha opinião é. Quando uma menina novinha diz que gosta de ir ao ballet, eu acho divino. Acredite que vc está diante de uma futura mulher super feminina em todos os sentidos. Eu fiquei super triste quando parei o meu ballet. Mas o fiz por 3 anos inteirinhos.

    Outra coisa, quando vc diz pra sua filha "coma", ela come, segundo vc. E vc tb não deve ter parado pra pensar que tudo o que ela tem em volta dela, TV, rádio, internet, brinquedos, aparelhos de fazer inveja ao MacGyver, têm um apelo que dá de 10 x 0 num simples "coma"?!
    Cadê seus conceitos de Mkt? Ponha-os a seu favor. Contra-ataque, Adriano! E ainda sobra aquela velha técnica, a do vencer pelo cansaço, repita, repita, repita, todos os dias, mas pra isso tem de ter uma paciência de Jó. Ou faça uma combinação das 2 técnicas: Mkt + repetição (o que não deixa de ser Mkt). Eu não tinha muita paciência, não. Mas quando sua filha entrar na adolescência, vc vai substituir a palavra paciência por "determinação" e não vai deixar de repetir um rosário de coisas, todos os dias. E vc não vai se cansar de repetir. Eu garanto.
    Ahh.. E não esqueça de entremear suas frases com o famoso, "depois vc vai me agradecer por isso". É tiro e queda. Eles agradecem mesmo.

    Abraços,
    Eliane

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  7. KKKKK, adorei!! Mas sabe Eliane, que a técnica adotada deu um certo resultado? Deixar ela de fora de uma aula de ballet certamente a fez refletir um pouco mais sobre o assunto. Após tirar 4 bonecas, disse que as levava a uma amiga do trabalho para que desse para alguma criança.

    Depois disso, falei que a amiga havia devolvido, porque não sabia para quem dar, e estavam todas no porta malas do meu carro. Daí ela me fez uma proposta: cada vez que almoçasse (como é que escreve isso?!) direitinho eu lhe devolveria uma boneca, e fechamos assim. O resultado é que ela compreendeu o castigo, sentiu as perdas, mas viu uma chance de reverter o problema a seu favor se colaborasse comigo.

    Agora estamos kits. Ela não melhorou 100%, mas já viu o quanto é triste perder coisas que gosta tanto, e já dá mais atenção quando lhe peço algo.

    E o ballet voltou ao normal. Eu não suportaria vê-la perder essa atividade que lhe traz tanta alegria... sou um pai rigoroso, mas de coração muito mole, rsrsrs.

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  8. Caro Adriano,
    Gosto da estratégia da Eliane. Em cima do que ela falou gostaria de acrescentar 2 pontos ainda:
    1) parabéns, sua filha é absolutamente saudável e você deve dar a ela toda liberdade que ela merece a ponto de querer brincar de boneca durante o almoço.
    2) mas claro, seu ponto é correto, ela precisa entender que a hora da refeição, é a hora da refeição, não é hora de brincar. Uma coisa que temos feito em casa e tem dado muito resultado é tratar esses momentos do dia como momentos especiais, que merecem rituais especiais. A criança absorve muito tudo aquilo que tem um ritual envolvido e obviamente é repetido à exaustão, mas com prazer. E ela vai olhar muito o que você e as pessoas em volta dela também fazem. Acender uma vela, desligar tudo em volta, contar uma história, reunir a família, são coisas simples que tem um impacto sem proporções na criança. Temos feito isso com eles no café da manhã, almoço, jantar e na hora de dormir. E tem funcionado muito bem.
    Bom, espero ter contribuído.
    Abraço,
    Fernando

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  9. Fernando, foi de grandíssimo valor suas palavras e contribuição para esse tópico, obrigado por participar!

    Vou aplicar sua dica em casa, depois compartilho com vocês os resultados, ok!

    Grande abraço,
    Adriano

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