quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Fanatismo e suas consequências

Essa semana eu estava observando a fiel torcida do Corinthians aglomerada no aeroporto para receber e despedir do elenco em sua viagem rumo a Tóquio em busca de mais um título internacional. E fiquei imaginando como pode um número tão significativo de pessoas estar tão intimamente ligada a alguma coisa relativamente sem importância para a vida, como é o caso de torcedores de um clube de futebol... Esse fato me motivou a pensar a respeito do fanatismo, não por causa desses corinthianos, mas analisando torcedores como um todo e outras formas de fanatismo.

O primeiro ponto que analisei é o que leva ao fanatismo, e cheguei a algumas conclusões. O fanatismo é a somatória de sentimentos como Convicção, Paixão, Intolerância e Inconsequência.

Isso porque o fanático está convicto do que pensa, ele é apaixonado pela causa que acredita ou defende, é relativamente intolerante com opiniões contrárias a essa causa e não mede consequências para defender e agir em prol daquilo que o leva ao fanatismo.

Logo, devo concluir que o fanatismo é uma forma de ignorância causada pela falta de ponderação, respeito, conhecimento e quem sabe até de amor próprio...

Ora, se você se diz fanático por alguma coisa, seja partido político, religião, artista ou esporte, mas reconhece alguma característica negativa ou de inferioridade na causa que defende, então você não é fanático de fato, pois possui conhecimento do assunto e ponderou a respeito dele, chegando a uma análise contundente mesmo defendendo e apreciando essa causa.

O fanatismo não é apenas convicção, pois a convicção pode ser baseada no conhecimento ou simplesmente na fé. O convicto, mesmo com toda a certeza que adquiriu sobre um assunto, é capaz de medir as consequências de seus atos para não provocar prejuízos a terceiros e a si próprio, diferentemente do fanático que, junto ao conhecimento, à paixão, à intolerância e à inconsequência é capaz de cometer atos insanos pela sua causa.

É graças à intolerância e à inconsequência que o fanático mata e está disposto a morrer, ou pelo menos aceita expor a própria vida cegamente ao risco.

E nesse ponto é que diferencio o fanatismo religioso da . O fanático religioso é diferente do religioso com fé convicta nos quesitos intolerância e inconsequência. O religioso convicto acredita em algo e promove a sua fé sem interferir diretamente na vida das pessoas. Ele tem um objetivo através da causa que defende, do deus que ele segue e do destino que quer dar à sua própria vida (ou à sua alma) mediante um propósito. E quando ele segue por um caminho onde sabe dos riscos que o esperam não o faz por fanatismo, mas porque acredita que aquilo é necessário e bom para ele, mesmo que lhe custe a vida (fato que ele considera futilidade quando seu valor maior está na alma). Logo, o religioso vive pela alma e não pelo corpo, e risco para ele não é a morte, mas morrer e receber a condenação da alma por não cumprir as determinações de seu deus.

Já o fanático religioso age de forma inconsequente e intolerante, provocando ou induzindo pessoas que porventura não compartilhem da mesma fé a situações de risco. O fanático religioso age com autoritarismo e não pensa democraticamente em relação às opiniões e crenças da coletividade. Ele se sujeita a morrer desde que isso sirva para matar também pessoas que não compartilhem da sua fé ou doutrina.

Há também o fanatismo político ou ideológico, onde o fanático literalmente luta pela sua insígnia com o objetivo de impor ou implantar suas convicções perante a sociedade. Os sentimentos preponderantes desse tipo de fanatismo são a intolerância, a convicção e a paixão. Paixão cega, aliás, onde qualquer opinião em debate contrária à sua convicção é completamente ignorada.

Fanatismo portanto não tem nada a ver com meio de vida, como por exemplo alguém que optou por uma doutrina, uma dieta ou uma cultura, e a leva com disciplina. Se a pessoa defende a causa dos animais, por exemplo, e dedica sua vida para isso, esse ato não deve ser considerado fanatismo, pois não fica caracterizada a intolerância e a inconsequência.

Enfim, concluo esse pequeno contexto filosófico acreditando que o fanatismo é sim um sintoma de ignorância ou de pouca racionalidade para alguém que vive em sociedade ou coletivamente. Fanatismo não faz bem para ninguém, nem individualmente e nem coletivamente.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Canção para ouvir e meditar

Essa canção você certamente já ouviu muitas vezes, mas talvez nunca tenha meditado em sua essência e mensagem lá na última estrofe. Te convido a dedicar 3 minutinhos para ler a letra de Cidadão, composição do bahiano Lúcio Barbosa gravada por Zé Geraldo em 1979 e também interpretada e regravada por artistas como Luiz Gonzaga, Zé Ramalho, Renato Teixeira, Elymar Santos e Wilson Paim. Vale a pena relembrar...





Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar
Esta dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar

Fui Eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

Fui Eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Não troque um conto de fadas por um conto de bruxas

Como eu gosto de fazer boas recomendações de histórias com apelo educativo e com temas que aflorem o desenvolvimento positivo das crianças eu certamente não te recomendarei assistir A princesa e o sapo, de Walt Disney.

Apesar da beleza, da plástica das imagens, das coreografias e belas músicas inseridas, o filme tem uma trama baseada em personagens pouco inspiradores, com exceção da princesa Tiana, uma jovem atraente, independente, esforçada e obstinada, mas também uma amiga leal e afetuosa. Seu príncipe, o sapo a ser desencantado, é o príncipe Naveen, de um reino chamado Maldonia. Apesar de ser mimado e irresponsável, Naveen tem um charme irresistível, uma alegria de viver que cativa a todos ao seu redor e uma paixão pelo Dixieland, jazz popularizado por Paul Whiteman, Jimmie Noone, Earl Hines, King Oliver, Jelly Roll Morton e Louis Armstrong. Se você é amante do jazz, o filme é temático e vale a pena. E só isso.

O outro personagem chave dessa trama é o Dr. Facilier, um sujeito ardiloso, misterioso e ameaçador que cria inúmeras situações desagradáveis e arriscadas para o príncipe Naveen e Tiana. Ele é um canalha que usa magia, feitiços e suas ligações com “amigos do outro lado” para conseguir o que quer através de encantamentos misteriosos, arriscados e perigosos. “Ele é musical, é ameaçador, é bonito, elegante, alto, magro e esbelto, e sabe ser um doce de pessoa. E eu acho que tudo isso, pelo menos na animação contemporânea, é raro de se ver num vilão”, comenta Bruce Smith, o supervisor de animação do Dr. Facilier. Em outras palavras, estarás levando para a TV de seus filhos uma descrição perfeita do anjo que caiu do céu e comanda o inferno... As músicas coreografadas por esse personagem são assustadoras e demoníacas.

Já a Mama Odie é a contrapartida luminosa de Facilier: uma feiticeira excêntrica, escrachada e esperta de 197 anos, a rainha dos pântanos, que guia Tiana e Naveen em seu périplo para desfazer o feitiço do Dr. Facilier. Mama Odie e a sua cobra, Juju, ministram feitiços e amuletos aos necessitados. Ou seja, não é um conto de fadas mas de feiticeiros e bruxos que trabalham com as forças ocultas.

Enfim, A PRINCESA E O SAPO, foi inspirado na fábula O Sapo Príncipe, dos irmãos Grimm, mas os cineastas criaram a sua própria versão da história. Os Grimm iriam se revirar no túmulo se pudessem conhecer o estrago que foi feito em sua obra...

Se você estava pensando em comprar esse filme para seus filhos, esse é o meu resumo sobre a obra: é um conto enjoativo, assustador e tendencioso ao mal, tal qual as produções noveleiras da Rede Globo. Não traz nada de positivo e nenhuma mensagem que valha a pena para crianças.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O método PIC-NIC de recompensar atitudes positivas

É impressionante o quanto o mundo do aprendizado e suas formas de fazê-lo é infinito, e a cada dia, a cada leitura despretensiosa sempre aprendemos algo novo.

Lendo "O encantador de vidas", de Eduardo Moreira, encontrei essa pérola descrita por seu professor, o lendário Monty Roberts, um método de recompensar cavalos por sua obediência e acertos que Monty explica ser perfeitamente aplicável a nós humanos.

Trata-se da técnica PIC-NIC - Positive Immediate Consequence-Negative Immediate Consequence, que significa consequência imediata positiva-consequência imediata negativa.

Para compreender esse método precisamos abrir um parêntese para explicar a sua origem filosófica. Segundo Monty, diferente dos animais caçadores que conquistam seu alimento através de uma luta, os cavalos alimentam-se de mato e capim, disponível em abundância na natureza.

Assim, quando você premia um cavalo dando-lhe um torrão de açúcar ou uma cenoura isso não tem nenhum valor a título de recompensa, pois o alimento lhe é abundante, não tem status de prêmio. O mesmo não acontece com um cachorro, que depende de conquistar seu alimento diariamente, e para quem um biscoito ou um osso lhe serve como excelente prêmio ou estímulo, sendo percebido assim uma consequência positiva por seu acerto.

Por isso Monty diferencia o método de gratificação a um cavalo dando-lhe afago entre os olhos ou alguns minutos de descanso após executar alguma tarefa bem feita. No caso de uma tarefa mal feita, como por exemplo um salto errado, a consequência negativa pode ser simplesmente obrigá-lo a saltar novamente, forçando-o a realizar todo o esforço por mais uma vez. Por outro lado, após um acerto, o ideal seria recompensá-lo com um merecido descanso ao invés de obrigá-lo a saltar de novo, proporcionando-lhe a ideia de uma consequência positiva pelo seu ato ao invés de força-lo a um outro salto.

Transferindo esse modelo de recompensa para o ser humano, cabe a nós aprender como nos manifestar para fazer uma criança perceber com clareza se seu ato lhe trouxe consequências positivas ou negativas.

Exemplo na escola

Vamos supor que seu filho tirou nota 10 em Matemática, 9 em Português, 9 em História e 6 em Geografia. Sua reação certamente será uma exclamação: "O que foi que aconteceu com Geografia, que tirou somente 6?". Aqui você ofereceu-lhe uma amostra de consequência negativa nada estimulante ao ignorar as outras notas boas e focar suas atenções a uma nota baixa, quando o ideal seria parabenizá-lo por todas as notas boas e ignorar a nota baixa. Isso o faria a sentir-se recompensado com seu estímulo e o levaria a buscar uma superação em Geografia na próxima prova.

Exemplo em casa

Algumas crianças cometem erros sem ter noção das consequências de seus atos. Fazem apenas por motivo de desenvolvimento próprio, a busca por novas experiências e auto conhecimento através de suas habilidades pessoais, e com isso cometem erros. É quando uma criança está em meio à família e por todo o tempo ouve repressão do tipo "não faça isso", "não faça aquilo", "se fizer isso de novo vai ficar de castigo", ou então "se continuar assim não vou deixar você brincar com seus amigos mais tarde". Essa criança está sob constante ameaça, e contudo, quando comporta-se adequadamente, raramente recebe palavras de apoio, e não raramente ouve de seus pais "ainda bem que hoje ele nos deu sossego". Onde está a consequência positiva transmitida através de seus atos após algum acerto? Não houve, e por isso ela certamente não repetirá seu acerto na próxima vez, pois não recebeu nenhuma motivação que justifique seus esforços.

Assim, é preciso estar mais atento à natureza e à maturidade de uma criança para saber dosar a pressão e aumentar a percepção dela acerca das consequências positivas e negativas de seus atos.

Nesse contexto, Nuno Cobra, um dos mais bem sucedidos preparadores físicos do Brasil (era o treinador de Ayrton Senna), cita que nossas crianças já crescem com medo de vitórias, ou seja, em sua fase de aprendizado, desde os primeiros passos, são desestimuladas a novas conquistas através das regras da casa, das coisas que não podem mexer, não podem pegar, não podem subir e não podem experimentar. Ora, como formar crianças positivas e vencedoras se tudo aquilo que tentam fazer pela primeira vez lhes é proibido? É necessário saber dosar e separar aquilo que é proibido daquilo que é perigoso, permitindo ao pequeno ser em formação alcançar certas conquistas e perceber que aquilo lhes oferece consequências positivas.

O exemplo prático está naquela criança que atirou objetos contra uma lâmpada e a quebrou. A abordagem pode oferecer consequências positivas parabenizando-a pela boa mira e por ter acertado a lâmpada, e negativas, mostrando a ela que agora, ao anoitecer, aquela lâmpada fará falta para iluminar. Demonstrando essas duas variáveis, a criança será estimulada e conduzida a brincar de tiro ao alvo utilizando latinhas vazias da próxima vez, pois isso permitirá uma boa brincadeira sem provocar nenhum desconforto com a quebra de um importante objeto, o que é uma consequência negativa.

Sabemos que crianças são movidas a curiosidade, seu mundo é de descobertas. Inibi-las com castigos frequentes e repressão constante em nada ajudam para a conquista da sua auto confiança e iniciativa. As lições de Monty Roberts, pioneiro da técnica de doma de cavalos sem o uso da violência, e de Nuno Cobra, especialista na busca da excelência do corpo e sua capacidade de vencer, nos servem de exemplos para promover um desenvolvimento a cima da média a nossas crianças, através da promoção das consequências positivas de seus atos corretos e o apontamento das consequências negativas de seus atos errados..

Por hoje trago a tona essas dicas sobre educação e criação infantil. Podemos desenvolver nossos filhos indiretamente para serem adultos auto confiantes, empreendedores e vencedores. Pois no mundo capitalista onde vivemos, quem estiver melhor preparado para vencer, certamente vencerá.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Criminalização da homofobia e suas consequências

A homofobia é um assunto delicado demais, e por esse motivo deveria ser levado muito a sério pelos seus combatentes (eu sou um combatente) devido as demais consequências que terão relação direta com determinadas medidas que vêm sendo discutidas em caráter de lei em nosso país.

Para falar sobre isso, em primeiro lugar eu gostaria de diferenciar dois termos: respeito e direito.

O Respeito está implícito em todo relacionamento social ou coletivo, e é bi-lateral. O Direito é estabelecido por motivo de força maior, negociado e implantado visando um benefício adquirido através de uma normatização para determinada organização formal.

Portanto, em toda a nossa trajetória de vida teremos que saber o que é direito e o que é respeito, sendo esse último extremamente mais complexo devido a sua intangibilidade. Vejam bem uma coisa:

Dentre os tópicos do projeto do Estatuto da Diversidade Sexual, consta o seguinte: Título III, Art. 5º § 1º – É indevida a ingerência estatal, familiar ou social para coibir alguém de viver a plenitude de suas relações afetivas e sexuais. Em outras palavras, a família, a sociedade e as autoridades nada poderão fazer para inibir uma tendência sexual incompatível com a morfologia dos filhos. Isso fere o direito (e o dever) do pai de educar seu próprio filho a respeito de seu papel (masculino ou feminino) perante a sociedade e sua futura família, pois os pais são tutores e responsáveis legais de seus filhos respondendo juridicamente a centenas de artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Logo, o artigo citado já é redundante, pois cabe aos pais intervirem SIM na introdução dos valores éticos, morais e civis de seus filhos, a começar pela adoção de uma hierarquia onde um é PAI, outro é MÃE, e outro é FILHO. Logo, não há terceiro sexo.

Mas onde está o respeito? Está no fato de que ao filho cabe respeitar essa hierarquia e ao estado reconhecê-la como formação de direito.

Em outro tópico alguém sugere: Título VI, Art. 32 – Nos registros de nascimento e em todos os demais documentos identificatórios, tais como carteira de identidade, título de eleitor, passaporte, carteira de habilitação, não haverá menção às expressões “pai” e “mãe”, que devem ser substituídas por “filiação”. Essa conotação fere o direito de toda criança de reconhecer sua descendência, segundo consta no Art. 27. do Estatuto da Criança: O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. Ora, como é possível alguém querer omitir a filiação original de uma criança sob o pretexto de que a mesma poderá ser filha de um divórcio ou de um casal homossexual, e portanto privando-lhe do direito de crescer no seio de uma família tradicional composta por pai e mãe justamente quando a mesma era ainda incapaz de decidir pela própria vida?

Nesse caso, permite-se colocar uma criança no seio de um lar constituído por dois pais ou duas mães quando a mesma sequer tem alguma orientação sexual estabelecida, induzindo-a a participar de um grupo homossexual e colocando-a em possível situação de constrangimento perante seus colegas de escola, por exemplo.

Notem como esse assunto é delicado e melindroso, pois visando a falência da instituição familiar composta por um homem e uma mulher, a Senadora Marta Suplicy cogita antecipar-se ao "problema" fomentando novas regras que nivelem qualquer ser humano ao mero papel de "criadores" a fim de coibir um possível constrangimento de crianças que não tiveram a sorte de crescer segundo a criação de um pai e uma mãe. E nesse contexto tal legalização será uma forte promotora da maior antítese que vejo no homossexualismo: não se trata exclusivamente de diferenciações naturais e espontâneas no organismo de cada pessoa, mas  também de opção pessoal ou influenciada pelo meio social.

Soma-se a isso o seguinte projeto: Título VII, Art. 37 – Havendo indicação terapêutica por equipe médica e multidisciplinar de hormonoterapia e de procedimentos complementares não-cirúrgicos, a adequação à identidade de gênero poderá iniciar-se a partir dos 14 anos de idade. Título VII, Art. 38 – As cirurgias de redesignação sexual podem ser realizadas somente a partir dos 18 anos de idade. Como é que uma criança aos 14 anos de idade pode optar por iniciar um processo de transição sexual com possível mutilação de órgão na maioridade a fim de mudar sua forma física e orgânica? Se a ciência se sente capaz de transformar alguém nascido homem em uma mulher, por que é que não se realiza investimento terapêutico, psiquiátrico e psicológico nas pessoas que nascem homens (ou mulheres) para que aceitem sua condição original e vivam segundo a sua natureza?!

E vamos torrar dinheiro público aqui: Título VII, Art. 35 – É assegurado acesso aos procedimentos médicos, cirúrgicos e psicológicos destinados à adequação do sexo morfológico à identidade de gênero. Parágrafo único – É garantida a realização dos procedimentos de hormonoterapia e transgenitalização particular ou pelo Sistema Único de Saúde – SUS. O Brasil nem está devidamente adaptado para suportar a verba para o cumprimento das leis aos verdadeiros portadores de necessidades especiais, cirurgias de redução de estômago, apoio às viúvas e órfãos vítimas de homicidas, como é que se dá ao luxo de iniciar discussões dessa natureza...

E aqui está meu mais forte argumento contra a criminalização da homofobia: se a sociedade pode influenciar a opção sexual das pessoas, é possível então dizer-se homossexual por motivo de conveniência para usufruir de leis específicas e até forçar uma punição mais rigorosa contra seu agressor! Como sair dessa situação? Como diferenciar o homossexual do heterossexual perante a lei? Leia esse artigo: Título XI, Art. 73 – A administração pública assegurará igualdade de oportunidades no mercado de trabalho a travestis e transexuais, transgêneros e intersexuais, atentando ao princípio da proporcionalidade. Parágrafo único – Serão criados mecanismos de incentivo a à adoção de medidas similares nas empresas e organizações privadas.

Diremos então: já que não nascemos negro e nem índio, e nem somos portadores de necessidades especiais para adentrar em alguns programas de proteção do governo (muito bem justificados por sinal), então nos declararemos homossexual...

Já esse artigo, eu nem sei como lidar com ele: Título X, Art. 60 – Os profissionais da educação têm o dever de abordar as questões de gênero e sexualidade sob a ótica da diversidade sexual, visando superar toda forma de discriminação, fazendo uso de material didático e metodologias que proponham a eliminação da homofobia e do preconceito. Mas como explicar em uma aula de ciências no ginásio o surgimento do homossexual? Como caracterizar a diversidade sexual sem divagar pelos aspectos inexplicáveis da ciência em uma aula de biologia onde todo ser vivo possui aparelho reprodutor com funções específicas de macho e fêmea com exceção do ser humano, que os têm mas os rejeitam?

Quando eu disse lá no começo que sou um dos defensores do combate à homofobia, refiro-me ao respeito, pois toda pessoa merece o respeito de suas opiniões, valores, costumes, crenças, opção sexual e forma particular de compreender a vida. Na legislação que vem sendo costurada no senado, fere-se o respeito aos heterossexuais (inclusive de crianças hétero), que se tornarão presa fácil de processos inconsistentes baseados em realidades individuais.

O preconceito, assim como o assédio, devem seguir a legislação vigente. A favor dos homossexuais caberia sim o direito civil de legitimação do matrimônio. Porém não lhes deve ser dado o direito de adotar filhos, pois às crianças, na configuração orgânica de qualquer ser humano, devem ter seu direito de serem criados como todo ser vivo por uma família constituída por um pai e uma mãe que lhe sirvam de parâmetro com suas distintas características comportamentais, fato que no momento da adoção não lhes é dado faculdade de optar e opinar, pois são incapazes de estabelecer juízo.

Finalizo esse texto reafirmando que sou contra qualquer mudança na estrutura morfológica das pessoas impactando em sua carne, seus órgãos e seus hormônios. Mas não sou contra o respeito a quem se interprete diferente de sua configuração original. Logo, qualquer tipo de intervenção médica nesse sentido é por total conta e risco de cada um. É descabido modificar toda uma estrutura legislativa, social e orçamentária para promover a adequação dos que têm ou dizem ter uma outra orientação sexual. Mas é justo que se promova o respeito entre todos e dê livre arbítrio para que cada um torne-se aquilo que deseja ser.

Em outras palavras, não há nada de errado com a orientação sexual de cada um. Errado é tentar tornar esse fato um novo elemento civil na sociedade com leis distintas dos demais. Isso é medida hipócrita, eleitoreira, promovida por políticos oportunistas que se apegam nos assuntos da moda e da massa para sua autopromoção. Pois o homem sempre será homem e a mulher sempre será mulher, apesar das mudanças plásticas na aparência, mesmo que vivam em matrimônio no mesmo gênero.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Adotar uma criança pode ser uma experiência incrível

Sabe quando a vida de um casal começa a parecer um sanduíche sem recheio? Pois então, esse pode ser o momento de trazer um pouco mais de vida para dentro de casa através de uma criança.

Não vou adentrar demais nesse assunto, pois tenho uma filha que dispensa comentários, é fonte inesgotável de alegria em nossa casa. Mas para aqueles que ainda não tiveram a sorte de ter um filho através da própria gestação, fica aqui a dica de um desenho animado onde um bandido deseja cometer o maior crime de todos os tempos roubando a Lua do céu, e para isso adota 3 inocentes meninas para concluir sua façanha.

Em resumo, as crianças são encantadoras, e o malvado não consegue deixar de amá-las, mostrando que verdadeiramente filhos são bênçãos em nossas casa se estivermos com o coração aberto para recebê-los.

Assista "Meu malvado favorito" com a família, é engraçado do início ao fim. Com filhos ou sem filhos na sala, é impossível não se divertir e não se encantar com esses personagens.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Família faz a diferença na educação dos alunos

Essa matéria merece ser citada como exemplo e alerta para os pais: O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, tirou nota 8,1 em um universo em que a nota média foi 3,9 nos anos finais do ensino fundamental. E não se trata de uma aventureira: a escola é tricampeã e dona do pódio do Ideb desde que foi avaliada pela primeira, em 2007. Isso em meio a ar condicionado que não funciona, alunos sem merenda e uma greve que já dura quase três meses. (leia a matéria completa nesse link).

Para o diretor do único colégio brasileiro com avaliação acima de 8 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011, Alfredo Matos Moura Júnior, a resposta não passa por tablets, redes wifi ou instalações luxuosas.

Confira alguns trechos que selecionei da entrevista publicada no site da Exame.com para descobrir o que é afinal que a escola tem que estimula o desempenho excepcional de seus 411 estudantes da 6ª série do fundamental ao ensino médio e a deixa, inclusive, acima da maioria das particulares, que ficaram com média 6 no Ideb. "Não tem um elemento mágico", é o que garante o diretor.

EXAME.com – Afinal, a que o senhor atribui a fórmula do sucesso do colégio?
Alfredo Matos - Não é um fator apenas. É um conjunto: o próprio interesse e participação dos alunos nas aulas; a atuação do corpo docente instigando este aluno e tentando torná-lo mais crítico e reflexivo; e o suporte dado aos alunos em casa pelas famílias. São 3 fatores básicos que deveriam haver em todas as escolas. É por esta vertente que estamos analisando. Os professores tentam ser o mais abrangente possível e são interdisciplinares. A escola não procura isso (ser campeã), não vive ligada somente a índices e vestibular. Queremos que o aluno saia preparado para a vida e não somente para uma prova.

EXAME.com – Mas a escola está abastecida quando se trata de acesso à tecnologia para educação?
Matos - Não adianta você ter internet wireless, iPads, iPods se você não tem discussão e contato entre professor e aluno. Muitas escolas vendem que você vai receber um tablet, mas se você der o aparato e não trabalhá-lo, não adianta de nada. Recursos tecnológicos são usados? Sim. As salas tem wireless há três anos e projetores multimídia desde este ano. Mas isso é fator que vai fazer o sucesso da escola? Não.

EXAME.com - Como os alunos fazem para entrar?
Matos - O aluno entra basicamente no 6º ano. É um concurso público. Em média, inscrevem-se entre mil e dois mil candidatos para 55 vagas (mais do que a maioria dos cursos da UFPE). É só uma prova de português e outra de matemática.

EXAME.com - Conseguir a excelência é possível apenas com uma seleção muito rigorosa?
Matos - Seleção não é o único fator. O corpo docente influencia muito. O nosso é muito qualificado: 31% são doutores, 47% mestres e aproximadamente 20% graduados. Quando você pega um corpo como esse, em que a maioria tem dedicação exclusiva, isso facilita as ações da escola e a integração de todos os componentes que a formam: alunos, funcionários, professores e as famílias.

Aqui o diretor Matos relacionou alguns fatores que considero primordiais: a qualificação do quadro docente; o interesse dos alunos; e o papel da família em casa. Se você concordar com a linha de raciocínio que eu faço nesse instante, verá que a a família é o principal argumento para promover o interesse pelo estudo do filho/aluno, que por sua vez promoverá uma troca de interesses e conhecimentos muito mais produtivos em sala de aula entre ele, seus colegas e o professor.


Portanto, a mensagem que fica aos pais é essa: antes de cobrarmos exclusivamente do governo por escolas de qualidade, façamos de nossos filhos cidadãos de qualidade, pois educação, respeito e cidadania se aprende primeiro em casa para depois se completar com o conhecimento na escola.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Alguém te governará, para sua sorte ou azar

Governar é preciso, e para isso existem os governantes. Alguns por carreira, outros por preguiça de lutar e vencer na vida e outros simplesmente para enriquecer rápido e seguramente.

O fato é que alguém nos governará sempre, você queira ou não queira, goste ou não goste. E partindo da hipótese de que para governar falte alguém com capacidade e boa fé, outro nos governará...

Portanto, se você não está disposto a governar porque não é administrador público qualificado (e com isso assume que deve lutar com as próprias forças na iniciativa privada), ou que não tem ambição de enriquecer fácil mui desonestamente através da manipulação do poder público, ENTÃO VOTE MELHOR, POR FAVOR!

Porque ao votar em alguém sem a devida qualificação para gerenciar a sua cidade, estado ou país, estará assumindo que tudo o que há de errado na gestão pública também tem a sua ineficaz capacidade de escolher de fato alguém qualificado para o trabalho.

Assim, já que você não saiu candidato para trabalhar de verdade no poder público, pelo menos tenha a decência de não votar no mais bonito, no mais simpático, no seu vizinho (só porque é seu conhecido), no seu amigo (só porque ele é seu amigo) e nem no que te bajula mais com palavras doces e de encantamento.

Vote com a mesma seriedade de quem escolhe um mestre de obras para construir sua casa; vote com a mesma seriedade de quem seleciona uma babá para cuidar de seu filho pequeno; vote com a mesma seriedade de quem escolhe um médico para operar sua mãe. Porque o próximo a governar deverá ser alguém de confiança, de boa fé, qualificado e com experiência consolidada na administração pública.

E lembre-se de uma coisa: os veículos de comunicação, em sua maioria, escolhem o seu candidato, aquele que receberá o seu apoio indireto através dos telejornais e revistas. E você, sem perceber, será manipulado por jornais de grande "credibilidade" para pensar que Fulano é um candidato melhor e que Ciclano não é um bom candidato.

Para uma boa tomada de decisões baseie-se na leitura e nas notícias de diferentes jornais e noticiários diários. Só assim poderá comparar as informações e tomar a decisão certa.

E mais uma coisa: não vote segundo o partido de sua preferência e sim na capacidade e qualidade de cada candidato. Partido já foi relevante no Brasil, mas hoje não passa de uma legenda sem personalidade, filosofia, valor ou fidelidade ideológica. Partido no Brasil hoje é ferramenta de manobra para aumento de poder e ganho de influência, não leve eles mais a sério. Veja quem é o candidato com diálogo mais coerente e de currículo mais recheado de boas realizações, tanto na vida particular quanto na vida de gestão pública.

Observando mais profundamente os candidatos em sua individualidade poderás tomar uma sábia decisão, influenciar seus amigos e proporcionar um governo melhor para si mesmo e sua descendência.

Sua vida está em jogo. Vai brincar com a sorte? Espero que não. Então seja inteligente e prepare-se para não cair em armadilhas, meias verdades e em promessas vans na próxima eleição. Chega de blá-blá-blá. Vote em quem realmente tem mais a oferecer.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Cresça e apareça em harmonia com as gerações

Normalmente temos lido e escrito muito sobre as características emocionais, comportamentais e profissionais dos membros da geração Y, estudando-os como se fossem uma nova espécie do reino animal. Eu mesmo tenho feito muito isso.

Assim, acabamos por ter uma visão viciada buscando compreendê-los melhor e moldar as estruturas de trabalho para favorecer a convivência pacífica e produtiva com esses novos profissionais e seus perfis estabelecidos. Mas e quanto a eles, o que sabem sobre as gerações X e baby boomers para que promovam uma releitura de si mesmos buscando adequar-se ao que já existe enquanto o mundo se adapta a eles?

É sobre isso que escrevi para o site Carreira Y: como encarar e integrar-se ao perfil e às culturas já existentes para crescer e prosperar profissionalmente sendo um membro da geração Y.

O Carreira Y é  um site que destina-se à profissionais da Geração Y mas com um conteúdo que pretende agregar conhecimento a todos os profissionais. Seu diferencial diante de outros sites de conteúdo online é que todas as informações nele inseridas têm sua linguagem, abordagem e informações destinadas aos jovens da Geração Y. 

Esse texto é meu primeiro artigo para o Carreira Y e espero que vocês o visitem, leiam e apreciem também os demais conteúdos abordados lá, de primeiríssima qualidade.

Boa leitura!


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sexta-feira, 22 de junho de 2012

A cultura brasileira descendo a ladeira

Esses dias fiz uma coisa que raramente tenho feitos nos últimos anos: liguei o rádio do carro não para ouvir CD, mas FM, para saber o que está  tocando, e o que o povo gosta de ouvir.

Para minha frustração, além de algumas músicas que eu já conhecia através das rádios internas dos estabelecimentos comerciais, ouvi uma que simplesmente me deixou de queixo caído. Chama-se A vontade passa, de um certo Alan Marquezini. Prestem atenção na letra e me digam como é possível algo assim fazer sucesso:

O que tá acontecendo coisas estranhas que eu to com medo
Vontade de largar da pinga ficar em casa levantar cedo
Em dias de ansiedade até da vontade de trabalhar
Ai eu paro por um segundo esfrio a cabeça e respiro fundo
Esperando a vontade passar
Ai eu paro por um segundo esfrio a cabeça e respiro fundo
Esperando a vontade passar
E a vontade passa, passa na hora
Eu volto a beber pinga levantar tarde e ficar de boa
E a vontade passa, passa na hora
Esqueço de trabalhar vou pra rua farrear
Ou trem bom é ficar a toa


Então é isso, meus amigos. Para muitos isso parece ser um som legal, inteligente, composto com poesia e conteúdo, bom para ser apreciado, cantarolado e assobiado nas horas de descontração e lazer. Mas eu, inconformado, me pergunto: será que o artista se revela ou se projeta nessa letra, orgulhando-se em cantar essa canção para seu público?!

Se isso aqui é arte e cultura volto a me surpreender e penso mais uma vez sobre o que ainda falta conhecer, pois quando eu pensava que já tinha visto de tudo, aprendo ainda mais essa agora... Tô fora!!


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