segunda-feira, 28 de junho de 2010

Meu filho, eis aqui o mundo como ele verdadeiramente é

Vejam isso...

Eu não sei qual é o limiar entre a verdade, a realidade e a lucidez, mas vendo esse cartoon, de autoria de Quino (argentino criador da personagem Mafalda), coloquei-me a pensar mais uma vez na educação de nossos filhos.

Num post que escrevi em agosto do ano passado, relatei um fato protagonizado pela minha filha acerca do bem e do mal, e agora volto a essa questão. Não é uma crueldade colocarmos nossos filhos frente a frente com as mazelas vergonhosas com que se desenvolve a humanidade?

Alguns acham que sim, devemos apresentar o mundo aos filhos para que não sejam pegos de surpresa. Mas colocando-os a conhecer o mal desde a tenra idade, não estaremos condicionando suas mentes a conviver, aceitar e praticar o mal como se isso fosse normal?

Qual a criança que terá maior chance de mudar o mundo: a que assistiu Ben 10 ou a que assistiu Barney (o dinossauro roxo)? A que assistiu o depressivo e derrotado Bob Esponja ou a que assistiu os amigos Backyardigans?

Eu penso que a idade pré-escolar tem grande influência na formação da personalidade, do caráter e dos valores das crianças, e por isso acredito que o filtro dos pais com relação às informações que elas recebem deve ser minuciosamente elaborado para que se forme um cidadão pacífico, socialmente correto e justo.

Em resumo, minha tese é de que a criança deve aprender e conviver full time com o bem, para que no momento certo se sinta incomodada, e não acostumada com o mal.

8 comentários:

  1. Ainda bem que näo vou precisar analisar muito essas questões já que não tenho filhos, mas convivo com muitas criancas e somos todos responsáveis em parte pela educacão delas, digo as mais próximas (sobrinhos, filhos de amigos mais intimos,...)
    Não sei se os pais conseguem filtrar muita coisa hoje em dia não, mas acredito que é melhor tomar conhecimento das coisas do mundo com o acompanhamento dos pais, pelo menos dos pais sensatos, do que se ver exposto a tudo de forma crua mais cedo ou mais tarde pela vida, pelos outros. Uma boa dose de realidade nunca faz mal a ninguém, mas na dose certa, a boa.

    Uma boa semana produtiva pra você.

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  4. Querido Adriano!
    Sua reflexão e os cartons são muito bons.
    Certamente,que devemos atentar a essa formação moral desde a fase pré-escolar.Como não tenho filhos,sempre vejo essas questões através de meus alunos.Um ponto importante é começar dentro das próprias famílias e que os professores saibam lidar sem parcialidade,na construção de um ser realmente 'humano'.
    Beijo!

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  5. Sei que às vezes soa com um pouco de exagero de minha parte alguns valores ou pontos de vista. Mas toco no ponto onde o processo de tornar semelhante a um adulto a pobre criança já está deveras propagado em nosso meio.

    Ontem vi uma mãe dando explicações a uma menina de 7 anos sobre a importância da responsabilidade na escola hoje para que passe no vestibular quando ficar moça, e assim arrume um bom emprego...

    O que uma criança sabe sobre bom emprego?! Aos sete anos, bom emprego para mim era ser bombeiro ou astronauta, que viveria aventuras emocionantes, salvariam vidas, pilotaria espaçonaves... O que é vestibular para quem tem 7 anos? O que é uma faculdade? Gente, há tempo para todas as coisas! E na idade infantil a criança deve ter expectativas de criança, que é obedecer os pais para ser bem recompensadas no Natal, no aniversário e no dia das crianças. Minha maior expectativa enquanto estudante era a chegada das férias, para acordar ainda mais cedo e fazer render o dia brincando mais com os amigos do prédio...

    É gostoso ser criança! Não podemos privar isso dos pequenos tentando conscientizá-los sobre a dura vida que os espera lá na frente. Isso virá sozinho com o tempo.

    Daí minha idéia de que os pais muitas vezes abordam de forma errada a educação. Gisela sente na pele o descaso pelo francês. Afinal, a título de aproveitamento futuro, o inglês parece muito mais multiuso para o profissional globalizado. Eu estudei num colégio italiano em São Paulo, e aprendi até bem nos 5 anos que tive essa língua como disciplina, e gostava de falar italiano, me achava importante. Se tivesse persistido no aprendizado, onde já fora iniciado, teria hoje um diferencial competitivo além de um talento a mais que os outros, sem nenhuma imposição profissionalizante. Os pais deveriam tratar o segundo e terceiro idiomas como uma fonte de conhecimento e cultura, assim como a música, a dança e o esporte, passar essa idéia ao seu filho sem dizer que ele será um "profissional mais competitivo" (que é isso, mãe?!)

    Assim, tudo ao seu tempo, nenhum processo de amadurecimento será pulado, e aquele que foi uma criança feliz será também um pai ou uma mãe exemplar. Carol, que também é uma educadora experiente, sabe bom como andam os pequenos nos tempos modernos, frutos do convívio com os pais money hunters, rsrsrs

    Debatendooooooo!!!! rsrsrs... beijos!

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  7. Adriano, li o ótimo texto sobre o ocorrido com sua filha de 3 anos e meio. Coloco-me na pele dela. Sempre fui altamente sensível. O que sou hoje era antes. E assim sempre será. Mas fique de olho aberto com esses garotos que crescem e ficam maldosos. Eu sofria... E minha mãe antes de morrer era a minha pura defesa. Brigava mesmo! ;-))

    E essas psys de colégio... às vezes (ou quase sempre) deixam a desejar.

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  8. Oi Adriano. Vou escrever uma só palavra "IRRETOCÁVEL" a tirinha do Quino. Ele é realmente muito bom, a Mafalda que o diga. :))

    Essa tirinha é para pararmos e refletirmos muito, mas muito mesmo, sobre o quanto os valores estão invertidos no mundo inteiro.

    Abraços,
    Eliane Bonotto

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