terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Brasil nas mãos das novas gerações

Eleição para presidente vai para o segundo turno, ou seja, nos deu mais tempo para reflexões.

Pensando nisso fiz alguns levantamentos que podem nos dar alguma dica sobre quem será nosso próximo presidente.

Em 2002, Lula foi para o segundo turno com 39,4 milhões votos, contra 19,7 milhões de José Serra e 15,1 milhões de Anthony Garotinho, do PSB. Na época, votaram um total de 115,2 milhões eleitores. No segundo turno Lula elegeu-se com 52,8 milhões votos contra 33,3 milhões de Serra, recebendo votos da turma do Garotinho e também do Ciro Gomes.

Em 2006 Lula foi reeleito no primeiro turno com 46,6 milhões de votos, contra os 39,9milhões votos de Geraldo Alckmin e 6,5 milhões de Heloiza Helena do PSOL. De um total de 125,9 milhões de eleitores. Veja que o número de eleitores aumentou em 10 milhões de novos votantes, que em sua maioria optaram pelo candidato do PT.

Nessa eleição de 2010, Dilma recebeu 47,6 milhões, contra 33,1milhões de votos de Serra e 19,6milhões de Marina Silva do PV. De um total de 136 milhões de eleitores, sendo 3.481.927 votos brancos e 6.126.306 nulos.

Vale a pena ressaltar que Dilma recebeu pouco mais votos do que Lula no ano de sua reeleição em 2006, quando o colégio eleitoral aumentou em mais 10 milhões de eleitores. Serra foi bem votado, mas a grande surpresa foram os 19 milhões de votos de Marina Silva, de um partido menos tradicional e representativo que os costumeiros PT, PMDB e PSDB.

Agora vem a grande questão

Dilma obteve absoluta maioria de votos em todos os estados do nordeste onde diversos governadores do PSB se elegeram. Aliás, lá estão concentradas as maiores obras do governo Lula, o que justifica todo o apoio recebido.

Já o candidato Serra, que tem força no sul e sudeste, dessa vez perdeu em 16 pontos para Dilma no estado de MG, e no RJ perdeu inclusive para Marina Silva.

Diante desses dados, em minha humilde opinião apostaria que Dilma não tem mais onde crescer em todo o nordeste, e para o segundo turno terá que trazer votos dos estados de SP, RJ, MG e PR. Desses, o único que não elegeu um PSDBista, e sim um “aliado” do governo foi o RJ com Sergio Cabral do PMDB (“aliado” é um modo de dizer... o PMDB dança conforme a música). Lá, teria que receber o apoio dos eleitores de Gabeira, adversário direto de Sergio Cabral, o que me parece pouco provável.

Conclusão

Parece que por intermédio dos governadores eleitos em SP, MG e PR Serra tem maiores chances de crescer no segundo turno. E se Marina Silva mantiver-se neutra, sem apoiar ninguém (o que seria mais sensato para não parecer contraditória), a tendência é que seu eleitorado migre para um lado mais coeso e seguro, representado pelo candidato do PSDB.

Soma-se a isso o esforço da mídia jornalística (leia-se revista Veja) e das igrejas evangélicas na luta contra a eleição de Dilma, e está formado um quadro favorável à eleição de Serra.

Isso levaria a eleição a uma divisão absoluta, onde o vencedor assumirá o governo federal com uma quantidade pequena de votos a mais do que o derrotado.

A mudança cultural se apresenta

A mudança foi de âmbito cultural, e para melhor. Quando vemos o número de votos depositados para Marina Silva, podemos dizer com segurança que o brasileiro está mais “humanizado” e menos capitalista do que normalmente se apresenta.

A busca pelo dinheiro e pela riqueza indiscriminadamente está fora de moda, e as novas gerações começam a clamar por uma nova forma de se gerar, extrair e transformar recursos naturais em bens de consumo.

Finalmente a luta por um planeta limpo parece estar se tornando realidade, e não mais uma utopia, um grito isolado das ONGs na luta pela coexistência entre o capitalismo e o meio ambiente...


* Quadro de abertura de Waldir Novelli Dias

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