segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Líderes, organizações e... filhos positivos. Por que não?!

No início de janeiro li e comentei um post de um dos melhores blogs que tenho acompanhado na área de liderança organizacional, do amigo Pablo Aversa. Pablo atua no mercado a 20 anos como líder-coach e é o autor do blog da Room 4D, página que convido os amigos a conhecer.

Nesse post específico, ele abordou sobre a possibilidade de formar filhos positivos, e nos deu algumas dicas muito ricas que quero reproduzir aqui na íntegra para conhecimento dos meus amigos e leitores. Recebi a autorização do autor para isso e insisto com você: leia o texto completo, que vale a pena.

"Eu tenho uma confissão a fazer. No meu trabalho eu procuro sempre desenvolver líderes positivos. Mas, apesar disso, eu não sou naturalmente uma pessoa positiva. Dizem as pesquisas que isso não é minha culpa. Parece que algumas pessoas nascem com uma disposição mais positiva enquanto outros nascem com uma disposição mais negativa. Mas há esperança. A última pesquisa no campo da neurociência e psicologia positiva demonstra que todos nós podemos nos moldar para sermos mais positivos, o que é sensacional para mim, para as pessoas que me cercam e, cheguei a conclusão, que principalmente para minha futura filha.

No último ano tenho pesquisado e praticado inúmeras estratégias para aprimorar o caráter positivo. E tenho dado duro para me converter nesse profissional mais positivo que idealizo, o que acho que é um dos principais motivos pelo qual me transformei num coach executivo e pessoal eficaz. Tenho visto o fruto desses esforços na minha vida e nas pessoas que tenho acompanhado através do coaching. São simples estratégias e rituais diários que podem fazer um tremendo impacto nos seus modelos mentais, sistemas de crenças e formas de olhar a vida.

Neste início de 2011 realizo o sonho de ser pai. E para isso já estou trabalhando minha habilidades educativas. Acredito que crianças positivas se transformam em adultos positivos e que como pais podemos excercer um papel siginificativo, aprimorando o modelo mental e as perspectivas de nossos filhos. Com este objetivo, gostaria de compartilhar com vocês algumas dicas – que já estou estudando em detalhes – para desenvolver crianças positivas.

1. O Êxito do Dia – Todo dia antes de dormir, seja na mesa de jantar ou enquanto dá uma volta logo após a refeição, pergunte ao seu filho o êxito do dia. Esse êxito poderia ser um bate-papo “da hora”, uma conquista na escola, alguma coisa pela qual ele está orgulhoso, uma situação onde ele ajudou alguém, etc. O importante é ajudá-lo a focar nas conquistas ao invés dos fracassos. Quando ajudamos nossos filhos a esperar pelo êxito, a procurar pelo êxito e a celebrar o êxito, com certeza vão encontrar mais êxito e ganhar mais confiança. É claro que eles também precisam aprender a partir dos seus erros e fracassos, mas vamos ajudá-los a não enfatizar os mesmos.

2. A Prece na Hora de Dormir – Um ritual como esse proporciona ao seu filho uma base de paz, segurança e confiança que lhe dará a força necessária para enfrentar os desafios diários de ser uma criança.

3. Implemente a Regra do “Não Se Queixe”
- É uma regra simples que estabelece que você não está autorizado a reclamar a menos que identifique uma ou duas possíveis soluções para sua queixa. Isso permite que seu filho seja o maquinista do trem da vida ao invés de ser um passageiro reclamando dos vagões. E tem mais: ele acaba aprendendo a utilizar as queixas como um catalisador para mudanças positivas e ações positivas.

4. Ensine a Ele a Fórmula Positiva do Tubarão: E + P = R
- A fórmula é oriunda de uma estória sobre um tubarão legal e positivo que ensina a um peixinho dourado a superar seu medo de mudança e encontrar comida. Afinal de contas, peixinhos dourados esperam ser alimentados e tubarões vão atrás de alimento. A fórmula revela que nós não podemos controlar os eventos (E) em nossa vida, mas podemos controlar nossa resposta positiva (P) à esses eventos e nossa resposta determina o resultado (R). Essa fórmula ajuda a criança a desenvolver um forte locus de controle que é uma perspectiva na qual, através de suas crenças e ações, ele tem uma influência sobre sua vida. Ele passa então a acreditar que não é uma vítima das circunstâncias, mas sim um herói de sua própria estória e que pode transformar seus desafios em oportunidades e converter maus eventos em bons resultados. Isso o ajudará a permanecer otimista e a crer que seus melhores dias estão à frente (e não que ficaram para trás).

5. Sinta-se Abençoado ao invés de Estressado - Como pais, necessitamos compreender que as crianças, assim como os adultos, lidam com um bocado de stress… e stress é o inimigo do caráter positivo. Bem, a boa noticia é que quando você está se sentindo abençoado, você não pode estar estressado. A pesquisa diz que nós não podemos estar estressados e agradecidos ao mesmo tempo. Portanto, um simples ritual poderia ajudar seu filho a identificar 3 coisas pelas quais eles são agradecidos a cada dia. Você pode criar um diario da gratidão em conjunto, ou pode encorajá-lo a escrever sobre a felicidade no blog dele, ou ainda simplesmente falar sobre ela durante o jantar. E a qualquer momento em que ele se sentir estressado, você pode incentivá-lo a lembrar de algo pelo qual ele é agradecido.

Eu encorajo você a pensar na mente do seu filho como se fosse um jardim – ao menos é assim que eu pretendo fazer. Todo dia vou querer ajudar a Ágata a capinar seus pensamentos negativos e a plantar pensamentos positivos. Um dia capinando e plantando não vai fazer muita diferença. Entretanto, se eu praticar essa estratégia todo dia, semana a semana, mes a mes, ano a ano, ao longo da sua vida, o jardim crescerá mais saudável e vibrante.

Nutra seu filho. Dedique um momento para apoiá-lo e o alimente com um monte de amor e energia positiva e você vai ver os frutos de seus esforços…
"

PS: Quero cumprimentar o amigo Pablo, que está vivendo seus primeiros dias de papai ao lado da pequena Ágata. Essa experiência foi a maior dádiva que recebi a 5 anos atrás e que certamente, assim como aconteceu comigo, também vai mudar a vida dele. Para melhor.


5 comentários:

  1. Que legal.
    Fico feliz quando encontro pais que se preocupam com os filhos assim.

    abraços

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  2. Adriano,


    Voltei para convidar você para analisar o texto Professores como autoridades na educação, gosto da sua análise e por isso, venho aqui para te convocar, na verdade exigir (risos) sua presença lá.

    abraços
    Hugo

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  3. Olá, Adriano. Muito bom o post do Pablo. Ele está vivendo um momento muito especial na vida dos humanos, o da procriação. É quando sentimos que parte de nós ficará aqui e levará adiante tantas ideais, sonhos, realizações. É realmente mágico o que a natureza faz com os seres vivos, todos. Fico contente por ele, pois percebe-se claramente que ele está preparado para ser pai. Justamente porque tem dúvidas, receios, questionamentos e quer um mundo melhor para sua filha, assim como para os filhos de todos.

    Li os 5 itens que ele listou e ele está certíssimo. Concordo plenamente com ele. Só diria uma coisinha... Os pais (e mães), todos, a rigor, não precisam chegar ao ponto de escrever regras a serem seguidas, tanto pelos filhos, quanto pelos pais. Porque, desse modo, na minha opinião pessoal, essas regras podem acabar por se tornar "obrigações" a serem seguidas. E aí ele chegará a algo que é exatamente o que ele não quer, o estresse. A prece na hora de dormir é muito bom. É um excelente hábito ou costume para passarmos aos nossos filhos. Eu só tiraria do texto a palavra "ritual".

    Veja, eu ENTENDI muito bem o que o Pablo quis nos dizer a todos. Só precisamos ser mais leves com as palavras. "O Êxito do Dia" é uma ideia maravilhosa, mas se vc reler o parágrafo verá que, se ele fizer exatamente o que está escrito lá, ele estará tão somente "cobrando" que todos os dias seu filho tenha um êxito pra contar à noite. Entenda minhas palavras. Eu SEI que ele não quer dizer isso. Ele quer que, em vez de cobrar notas no boletim, os pais estejam mais presentes com seus filhos e celebrem mais os "pequenos" bons momentos da vida no nosso dia a dia. Entretanto, as crianças são bichinhos muito inteligentes. E se ela sentir que toda noite precisa "levar pra casa" um êxito para ser celebrado, ela pode ficar insegura, pois não é sempre que temos êxitos pra celebrar. Pode ter sido um dia difícil (não ruim). Então, em vez de celebrar o êxito, podemos celebrar a vida, o fato de estarmos todos vivos e com boa saúde. Enfim... Acho sinceramente que as crianças não precisam de muita teoria nas coisas do SENTIR. Eu penso que todo filho é o espelho dos pais. Por isso, acho muito importante que essas regras valham para os pais. E que os pais devem tentar seguir as regras com total naturalidade. Porque se os pais forem amorosos com seus filhos e respeitarem os pequeninos e também a todos, na frente das crianças ou longe delas, certamente, sem muito esforço, mas com naturalidade, os pais verão o resultado da educação que deram a seus filhos.

    Abraços,

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  4. Eliane, que bom que deixou sua opinião! Você foi bem clara, também acho que para toda forma de se viver ou rotina a seguir deve haver um pouco de flexibilidade para que aquilo não se transforme numa meta, o que fatalmente pode conduzir ao estresse.

    Uso um membro da minha família como exemplo, pois sua mente era tão condicionada a satisfazer as expectativas dos pais que em um dado momento viu-se refém de si mesmo, já sofrendo de ansiedade nos seus vinte e poucos anos de vida. O que era positivo deixou de ser quando tornou-se uma obrigação.

    Acho legal o item 5 desse texto que nos ensina a buscar sempre ver o lado positivo das coisas ao invés de maximizar e interiorizar os problemas. Muitas vezes deixamos de dar valor ao que já deu certo para remoer o que não está bom, e assim sofremos por opção própria. Estimular essa percepção na mente das crianças pode fazer delas pessoas mais leves depois de grandes.

    Sobre o item 3, o "não se queixe", minha perspectiva é a de ajudá-lo a buscar soluções para aquilo que está ao seu alcance a invés de reclamar de coisas que não dependem dele. Eu, por exemplo, passo um dia nervoso por causa de um procedimento que considero errado dos Correios, e certamente ainda vou escrever um post criticando o mau atendimento deles. No entanto, não seria mais produtivo se minha natureza estivesse condicionada a dar de ombros para isso e dizer "eles que se danem", e seguindo em frente com as minhas coisas ao invés de ficar P da vida com isso?

    Nesse sentido acho que você está certa em realizar um filtro nas informações sugeridas pelo Pablo (também são frutos de pesquisas deles sobre o tema) e adaptá-las para a sua realidade, como eu também estou fazendo. Mesmo assim, também achei as dicas muito boas e produtivas no seu objetivo principal de formar um bom cidadão.

    Grande abraço!

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  5. Adriano, que bom que vc disse que eu fui bem clara. rsrsrs

    Só que agora, preciso discordar do seu 4º parágrafo aqui do comentário. Entendo que vc deve estar P com os correios e deve ter motivos para tal. Concordo com vc que APENAS ficar P não resolve o problema e só te traz estresse. No entanto, não acho que "dar de ombros e dizer eles que se danem" seja uma atitude digna de um homem como você.

    Veja, Adriano, o que penso é que a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem. Sendo bem clara, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Aqui cabe bem um meio-termo. Certamente, vc não precisa e nem deve ficar P com os atendentes dos correios. Contudo, não acho que deva deixar pra lá. Não sei do que se trata, mas se algo lhe dasagradou na prestação dos serviços daquela instituição, vc deve, sim, fazer aquilo que tanto gritamos aqui que no Brasil ninguém faz, ou seja, exercer sua cidadania. A maneira de fazer isso, fica a seu critério. Escrever um email pra ouvidoria, reclamar formalmente com a gerência do posto, enfim. Mas "dar de ombros e dizer eles que se danem" é ir de encontro a tudo o que sempre vejo vc falar aqui quanto a deixar um mundo mais civilizado para nossos filhos e netos. Um mundo no qual a sociedade possa viver cada dia mais em harmonia, com cada "ator" (essa palavrinha está em moda) desempenhando o seu papel sem rebeldias que não levam a nada.

    Devemos sim filtrar as coisas. Entendo que o "Não se queixe" a que o Pablo se refere é um "cadim" diferente. Por exemplo, vc passa caminhando por uma praça e vê duas senhoras conversando num banco. Cada uma deleas conta a sua lista infindável de mazelas para a outra. E enquanto falam, dão ênfase às palavras assim: "isso não foi nada diante da minha cirurgia, vc nem pode imaginar"... E aí uma quer contar uma tristeza maior do que a da outra, como se fosse um concurso. Vc já percebeu isso? Não só os idosos fazem isso, jovens também. Quando o assunto não é doença, é a demissão, o chefe, a reestrutura da empresa, a fofoca da secretária que "deu" pro chefe, e assim vai. Quando a pessoa se der conta, ela estará num mar de energia negativa. Sabe como eu chamo isso? Poluição mental. Maledicência, temas negativos nas conversas é pura poluição do seu cérebro, que poderia estar ocupado com pensamentos positivos. Outro exemplo, eu simplesmente não assisto filmes do tipo 'O Gladiador', no qual há sangue espalhado por todo lado, sem uma razão maior, que seria o caso de um filme histórico; mesmo assim, não me agradam filmes de guerras, de terror. Claro que não vejo só 'A Noviça Rebelde', mas o máximo que chego é algo do tipo 'O Poderoso Chefão'. rsrs

    Terminando, Adriano, acho que ter pensamentos sempre positivos em vez de ficar se lamuriando como a hiena do desenho animado, é perfeito, sem, no entanto, nos esquecermos que há o estresse necessário, chamemos assim, que é justamente vc estando em posição de poder resolver um problema, enfrentá-lo e acabar com ele. Desse modo, vc está ajudando a todos e a vc também.

    Li certa vez, que um problema, por mais importante, sério, raro ou complexo que seja, é sempre um problema e que deve ser resolvido. Basta encontrarmos o modo mais leve de fazê-lo.

    É isso! :))

    Abraços

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